sábado, 27 de dezembro de 2008

A Catapula de Estrelas - Parte II



... Ainda era noite lá fora quando em sua oficina ele organizava as ferramentas e planejava mentalmente o primeiro esboço da catapulta. “A madeira deve ser forte o suficiente para provocar um arremesso até as estrelas e flexível o suficiente para ser envergada sem quebrar”. O vento frio soprava no vidro de sua janela e entrava suavemente por uma pequena fresta no encaixe da janela com a parede. Um pouco de neve se via caindo, bem em frente a um céu azul escuro com tons de anil perto do horizonte onde se ensaiava um tímido amanhecer. O silêncio era tão grande que se podia ouvir um agudo eco entre os assobios do vento pela fresta.

Então ele abriu seus velhos livros de Arquitetura & História da Arte e no capítulo “A Arte da Guerra” encontrou o que estava a procurar. Um projeto de execução de uma catapulta capaz de lançar bolas incendiárias a uma distância de 3 km. Pensou “Oras, pode ser facilmente adaptada para laçar estrelas para o céu, só precisa de um pouco mais de alcance. O ponto aqui é a propulsão, o arremesso feito por uma corda jamais alcançaria as estrelas, preciso de um combustível muito mais potente.” E o que seria mais potente que a própria matéria prima que se gostaria de arremessar? O próprio brilho e força das estrelas seria capaz de executar tal tarefa, mas primeiro seria necessário encontrar aqui na Terra alguma estrela que quisesse ser arremessada e mais ainda, estivesse disposta a fornecer a energia necessária para erguer a si mesma a tal altitude.
Pegou sua redinha de caçar borboletas e pôs-se a caminho da cidade enquanto pensava como iria fazer para encontrar tais estrelas. “Não dá pra usar os sorrisos das crianças, elas ainda não estão maduras o suficiente para irem para o céu. Preciso de algo com brilho intenso e ao mesmo tempo que esteja maduro. Mas onde encontrarei tal material raro?”
Após exaustivas horas procurando sem nada de valor encontrar, sentou-se numa pedra à beira de um pequeno riacho congelado e se abraçou para evitar um pouco do frio cortante que por ali passeava.

Sem maiores avisos uma jovem moça de sorriso radiante e brilho no olhar se aproximou e vendo-o com frio, ofereceu seu manto para que ele se aquecesse; era bonito de ver a compaixão dessa pessoa. Agradecido e com seus músculos enrijecidos pelo frio, levantou-se com dificuldade e colheu alguns gravetos secos pelo chão a fim de acender um pequeno fogo e preparar um pouco de chá para os dois. A jovem já havia escolhido um lugar confortável sobre uma pilha de folhas secas e um tronco e se sentara. O fogo foi aceso e o carpinteiro contou-lhe o que lhe sucedera ate então e a moça prestativa e bondosa resolveu ajudá-lo.

“Você não encontrará esse material tão raro e incandescente assim na rua.“ Disse a jovem após tragar um longo gole de chá. “Você terá de prepará-lo. Pegar o material bruto e poli-lo até que brilhe como um cristal.”

- Mas como hei de fazê-lo? A luz intensa irá certamente me cegar.

- Não se seu brilho for equivalente. Assim você já estará acostumado com essa luz e não mais se cegará. – Disse ela numa voz suave.

- E como posso eu polir a mim mesmo? Tenho eu dentro de mim também o brilho das estrelas?

- O senhor já teve o brilho no sorriso quando era criança? – perguntou ela.

- Sim.

- Então está tudo ai; só um pouco empoeirado e opaco talvez. Nada que uma boa polida não resolva.

O carpinteiro sorveu o chá lentamente, deixando que o líquido quente escoasse para dentro de si como se fosse uma boa e prazerosa idéia.

- Já sei – disse ele num impulso. – Irei polir a mim mesmo tanto quanto possível ao passo que irei polindo também minha matéria prima. Assim cresceremos juntas em brilho e serei capaz de polir tanto quanto minhas forças me permitirem. Ah. Deveria ter escolhido o ofício de serralheiro, eles sim sabem como polir o metal.

- Mas o material que irá usar é muito mais raro do que simples ouro ou outro metal comum, é mais do que diamante, é algo inteiramente novo. E terá de desenvolver por si mesmo um ofício completamente novo para lidar com tal maravilha.

- E assim será. – disse ele serenamente, satisfeito por ter compreendido um pouco mais sobre a tarefa a qual se propusera...



(Continua)

sábado, 20 de dezembro de 2008

A Catapulta de Estrelas (Parte I)


Certa vez um artesão carpinteiro, enquanto observava o céu salpicado de estrelas e ficava maravilhado com sua beleza, se sentiu inundado por uma sensação de plenitude e teve a inspiração para uma grande idéia: iria construir uma catapulta de estrelas. "Elas estão lá em cima hoje em dia, então foram parar lá de alguma maneira. Basta que eu descubra como foram parar lá e poderei colocar mais estrelas no céu para que fique ainda mais estrelado." pensou.

Pôs-se a descer o morro onde se encontrava observando o céu. Sua cidade ficava numa região montanhosa, cheia de altos montes e vales e as aldeias se espalhavam em varias altitudes desde a mais alta montanha até o vale com um riozinho.
Retornando para sua casa ele foi elaborando no caminho o modo de concretizar sua idéia e quais seriam os pré-requisitos necessários para vê-la colocada em prática.

"Do que são feitas as estrelas? Qual o material que as torna tão brilhantes? Devem ser feitas do mesmo material dos sorrisos das crianças afinal não há nada mais brilhante que o sorriso puro de uma criança." E contente por ter descoberto o material do qual se fazem as estrelas, foi entrando na oficina e subindo as escadas em direção ao banheiro para escovar os dentes antes de dormir. Deitou-se na cama ainda encantado pelo brilho e pela sensação desta noite estrelada e esqueceu aberta a janela do topo do chalé e adormeceu aconchegado em suas cobertas enquanto alguns flocos de neve e uma brisa suave e fria entravam quarto adentro.

Embalado em seu sonho pelo som do vento, ouvia no seu sono como que uma música que logo o fez ouvir uma voz que lhe falava em harmonia com a música. A voz era clara; ele se encontrava num campo aberto, com flores e luz do sol, e a voz lhe falava suave e firmemente ressoando às vezes em uníssono com os sinos de vento do teto do chalé:


"Saiba que é capaz de realizar sua idéia, pois tens a prática que o ofício de carpinteiro te deste de trabalhar a madeira e transformá-la em um mecanismo eficiente um material bruto. Mas a madeira é matéria morta, então essa habilidade é terciária.


Tens a força e a vontade necessária para empreender o trabalho, teus braços são fortes e seu estômago suportará a fome quando tiveres de trabalhar por dias seguidos sem alimento. E apesar da matéria do qual teu corpo é feito ser viva, ela não tem brilho, e por isso, tua força é uma capacidade secundária.


Mas existe em teu coração uma chama que te inspira e essa chama move teu corpo e direciona sua técnica, e é essa chama que provoca o brilho em teu sorriso. Essa chama é a matéria da qual são feitas as estrelas, e isso é o principal!"

Despertou suavemente no final da madrugada ainda antes do nascer do sol, e pôs-se a trabalhar...

(continua)

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Esse tal do trabalho interno...

Eu estava pensando nesse tal de trabalho interno... Que é um trabalho diário, de longo prazo... Achei essa idéia tão interessante! Ter sempre algo para fazer comigo mesma. Pareceu uma idéia tão acolhedora... Tão companheira. É algo meu, comigo mesma, íntimo, silencioso, penetrante. Que reverbera em todo o meu ser e, conseqüentemente, no meu semelhante. Mas ainda assim, é algo particular. Que não dá para explicar muito bem. Que eu consigo perceber, de fato, o que melhorou, onde progrediu. E isso basta. Basta que eu saiba, basta que eu perceba, basta que eu compreenda, basta que eu aceite.
E como diria Fernando Pessoa através de Ricardo Reis:

"Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és no mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive."

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Devagar e Sempre



Para Reflexão....
Texto escrito por um brasileiro que vive na Europa.


"Já vai para 18 anos que estou aqui na Volvo, uma empresa sueca.
Trabalhar com eles é uma convivência, no mínimo, interessante.
Qualquer projeto aqui demora 2 anos para se concretizar, mesmo que a idéia seja brilhante e simples. É regra. Então, nos processos globais, nós (brasileiros,americanos, australianos, asiáticos) ficamos aflitos por resultados imediatos, uma ansiedade generalizada. Porém, nosso senso de urgência não surte qualquer efeito neste prazo.
Os suecos discutem, discutem, fazem "n" reuniões, ponderações. E trabalham num esquema bem mais "slow down". O pior é constatar que, no final, acaba sempre dando certo no tempo deles com a maturidade da tecnologia e da necessidade: bem pouco se perde aqui.
E vejo assim:
1. O país é do tamanho de São Paulo;
2. O país tem 2 milhões de habitantes;
3. Sua maior cidade, Estocolmo, tem 500.000 habitantes (compare com Curitiba, que tem 2 milhões);

4. Empresas de capital sueco: Volvo, Scania, Ericsson, Electrolux, ABB, Nokia, Nobel Biocare... Nada mal, não?
5. Para ter uma idéia, a Volvo fabrica os motores propulsores para os foguetes da NASA.
Digo para os demais nestes nossos grupos globais: os suecos podem estar errados, mas são eles que pagam nossos salários.
Entretanto, vale salientar que não conheço um povo, como povo mesmo, que tenha mais cultura coletiva do que eles. Vou contar para vocês uma breve só para dar noção.
A primeira vez que fui para lá, em 90, um dos colegas suecos me pegava no hotel toda manhã. Era setembro, frio, nevasca. Chegávamos cedo na Volvo e ele estacionava o carro bem longe da porta de entrada (são 2.000 funcionários de carro). No primeiro dia não disse nada, no segundo, no terceiro... Depois, com um pouco mais de intimidade, numa manhã, perguntei:
"Você tem lugar demarcado para estacionar aqui? Notei que chegamos cedo, o estacionamento vazio e você deixa o carro lá no final." Ele me respondeu simples assim: "É que chegamos cedo, então temos tempo de caminhar - quem chegar mais tarde já vai estar atrasado, melhor que fique mais perto da porta. Você não acha?"
Olha a minha cara! Ainda bem que tive esta na primeira. Deu para rever bastante os meus conceitos.
Há um grande movimento na Europa hoje, chamado Slow Food. A Slow Food International Association - cujo símbolo é um caracol, tem sua base na Itália (o site, é muito interessante. Veja-o!). O que o movimento Slow Food prega é que as pessoas devem comer e beber devagar,saboreando os alimentos, "curtindo" seu preparo, no convívio com a família, com amigos, sem pressa e com qualidade. A idéia é a de se contrapor ao espírito do Fast Food e o que ele representa como estilo de vida em que o americano endeusificou.
A surpresa, porém, é que esse movimento do Slow Food está servindo de base para um movimento mais amplo chamado Slow Europe como salientou a revista Business Week numa edição européia.
A base de tudo está no questionamento da "pressa" e da "loucura" gerada pela globalização, pelo apelo à "quantidade do ter" em contraposição à qualidade de vida ou à "qualidade do ser".
Segundo a Business Week, os trabalhadores franceses, embora trabalhem menos horas(35 horas por semana) são mais produtivos que seus colegas americanos ou ingleses.
E os alemães, que em muitas empresas instituíram uma semana de 28,8 horas de trabalho, viram sua produtividade crescer nada menos que 20%.
Essa chamada "slow atitude" está chamando a atenção até dos americanos, apologistas do "Fast" (rápido) e do "Do it now" (faça já).
Portanto, essa "atitude sem-pressa" não significa fazer menos, nem ter menor produtividade.
Significa, sim, fazer as coisas e trabalhar com mais "qualidade" e "produtividade" com maior perfeição, atenção aos detalhes e com menos "stress".
Significa retomar os valores da família, dos amigos, do tempo livre, do lazer, das pequenas comunidades, do "local", presente e concreto em contraposição ao "global" - indefinido e anônimo. Significa a retomada dos valores essenciais do ser humano, dos pequenos prazeres do cotidiano, da simplicidade de viver e conviver e até da religião e da fé.
Significa um ambiente de trabalho menos coercitivo, mais alegre, mais "leve" e, portanto, mais produtivo onde seres humanos, felizes, fazem com prazer, o que sabem fazer de melhor.
Gostaria de que você pensasse um pouco sobre isso...
Será que os velhos ditados "Devagar se vai ao longe" ou ainda "A pressa é inimiga da perfeição" não merecem novamente nossa atenção nestes tempos de desenfreada loucura?
Será que nossas empresas não deveriam também pensar em programas sérios de "qualidade sem-pressa" até para aumentar a produtividade e qualidade de nossos produtos e serviços sem a necessária perda da "qualidade do ser"?
No filme "Perfume de Mulher", há uma cena inesquecível, em que um personagem cego, vivido por Al Pacino, tira uma moça para dançar e ela responde:
_ "Não posso, porque meu noivo vai chegar em poucos minutos."
_"Mas em um momento se vive uma vida" - responde ele, conduzindo-a num passo de tango.
E esta pequena cena é o momento mais bonito do filme.
Algumas pessoas vivem correndo atrás do tempo, mas parece que só alcançam quando morrem enfartados, ou algo assim.
Para outros, o tempo demora a passar; ficam ansiosos com o futuro e se esquecem de viver o presente, que é o único tempo que existe.
Tempo todo mundo tem, por igual!
Ninguém tem mais nem menos que 24 horas por dia. A diferença é o que cada um faz do seu tempo. Precisamos saber aproveitar cada momento, porque, como disse John Lennon, "A vida é aquilo que acontece enquanto fazemos planos para o futuro"...
Parabéns por ter lido até o final!
Muitos não lerão esta mensagem até o final, porque não podem "perder" o seu tempo neste mundo globalizado.
Pense e reflita, até que ponto vale a pena deixar de curtir sua família. De ficar com a pessoa amada, ir pescar no fim de semana ou outras coisas...
Poderá ser tarde demais!"


Autor Desconhecido

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Experiência Mágica

(Texto, vocês sabem de quem...)

Tudo começa com um telefonema e então a possibilidade foi criada. Procurei não pensar e agir de forma natural. Pensando melhor, duvidei que fosse possível, e tentei me certificar se era o melhor a ser feito. Não houve resposta. Soube que o melhor a ser feito era aceitar e seguir com a minha intuição. Tirei a razão da jogada, pois mesmo ela sendo muito importante, nesta hora não ajudaria muito. Procurei pensar em algo diferente, já que haviam mil possibilidades a serem exploradas. Sensações. Estava decidido, iria explorar as sensações já que ficam muito mais afloradas. Pensei em coisas que precisaria ter. E cada vez que meus pensamentos tentavam interferir, parava tudo e me ocupava com outras coisas. Não podia deixar que os pensamentos quadrados limitassem este momento. Cada detalhe que achava ser possível, considerei sem preconceito. Então é chegada a hora e o frio na barriga foi inevitável. Após o primeiro impacto de nervosismo, procurei me acalmar, e seguir com o proposto. Iniciou uma grande corrente de energia boa e quente. Me senti à vontade. Fiz o que achei que deveria, toquei cada um conforme a música e a energia da pessoa. Houve ligação com todos, sem excessão. Sentimento de gratidão, Paz, Êxtase, Felicidade, plenitude. Inicia-se o 6º sentido, e percebo que as palavras tiradas por cada um foram sincronismos. Conforme havia imaginado quando as escrevi. Tudo acontece de forma incrivelmente casada... sinto uma corrente de certeza de que o caminho está certo. Agradecimento, felicidade e cansaço é o que fica depois desta experiência mágica! Obrigada!

Imagem: http://daniventurablog.blogspot.com/

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Pra refletir:

“O amor é desinteressado.

O ego é carente de amor.

O amor vive de dar e perdoar.

O ego vive de tomar e esquecer.”
Sathya Sai Baba


domingo, 2 de novembro de 2008

Matéria e Espírito.



Recebi esse texto por e-mail, achei bem simples e bonito, mesmo sendo um pouco longo, mas quis compartilhar...

Felizes são aqueles que levam consigo uma parte das dores do mundo. Durante a longa caminhada eles saberão mais coisas sobre a felicidade do que aqueles que a evitam. (Frase atribuída a Jesus Cristo)
Esta existência terrena se assemelha a uma viagem. A primeira estação a do embarque é a mesma para todos, e se chama: nascimento.
Quanto tempo durará a viagem, qual a duração de uma vida, quem o saberá...?
Da mesma forma que bela, breve é a vida...
A da última estação, a do desembarque, é a mesma para todos, e se chama: Eternidade...

"Estai preparados pois não sabeis quando nem como sereis chamados a partir. Não penses estar pronto. Não te iludas, pois infindável é a preparação." (Trigueirinho)

E um dia, não tão distante, chegará a nossa vez de desembarcar...
O ingresso na eternidade é um ato solitário...
Os jornais do mundo continuarão repletos de notícias, carros continuarão a cruzar avenidas e estradas, mas, para aquele que adentra a Eternidade, já não terão a mesma importância... Familiares, filhos, irmãos, pais..., e amigos íntimos deixados para trás.
O ingresso na Eternidade é um ato solitário... Bens materiais, conta bancária, chaves e senhas ficaram para trás, perdendo o valor que aparentavam ter...
Desta existência terrena levaremos apenas aquilo que trazemos no coração. Todo o resto não nos pertence de fato, sendo nos confiado por um breve intervalo de tempo...
Na hora da morte, teremos plena consciência do real valor de cada ato que praticamos... Colheremos aquilo que plantamos, acções tem conseqüências...
O corpo físico se assemelha a uma gaiola, e a alma, a uma ave que nela habita. Na hora derradeira, a Morte, - sempre atenta, sempre justa -, estende a sua mão e diz para a ave da alma: "É chegada a hora da tua partida, de deixar para trás esta gaiola mortal, e seguir livre a tua jornada". "Deixa para trás esta gaiola efêmera, e voa..."
Estará a ave do espírito apta a voar nesta hora decisiva?
Estarão as suas asas suficientemente fortes? Estarão as nossas asas suficientemente limpas?
Cuidar das asas significa cuidar do espírito... "Cuidar do espírito significa cuidar dos valores que dão rumo a nossa caminhada...

...e alimentar significações que enchem de sentido a nossa vida e que levaremos conosco até o fim da nossa existência."

"Cuidar do espírito demanda acender a brasa interior da contemplação e da oração diuturnamente para que nunca se apague."

"Significa, especialmente cuidar da espiritualidade que pela capacidade de sentir Deus a partir do coração e de vê-lo nascer a cada momento no outro que está a minha frente." (Leonardo Boff)

Amar os homens é amar a Deus.
(...)
O que será que a menina de tanto desituida responderá, no dia em que lhe for dirigida a seguinte pergunta: "Acaso encontraste neste vasto mundo, alguém disposto a tentar amenizar a sua dor...?"

"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara." (Livro dos Conselhos)

Existe a matéria..., e existe o espírito... A matéria é limitada pelas leis do tempo, e do espaço, pelo visível, pelo findável, pelo finito... O espírito pertence a um mundo sem fronteiras ou limitações, um mundo onde as aparências se desmancham, e as essências são reveladas... Durante um breve lapso de tempo, espírito e matéria dividem o mesmo palco, findo tal prazo, cada qual segue seu rumo...
O corpo material, o necessário abrigo temporário do espírito, recolhe-se ao pó... enquanto que o espírito segue sua jornada pelos mundos invisíveis, eternos, celestiais.
Purificar o coração, lapidar a alma, ser solidário, generoso, atento, desperto, de modo a estar apto a deixar o palco da vida terrena, quando a hora final chegar, com a sensação de dever cumprido, com uma consciência tranqüila...

"O único objetivo da vida no mundo material é a entrada no mundo da Realidade..." (Dos escritos dd
a Fé Bahá'í)

"Ó Descendente do Pó! Não te contentes com o ócio de um dia passageiro, privando-te do repouso eterno. Não troques o jardim de infindável deleite pelo monte de pó que é o mundo mortal. De tua prisão ascende aos gloriosos prados do além e, de tua gaiola mortal, alça teu vôo até o paraíso do Infinito." (Bahá'u'lláh)

Outros prados, outras pradarias nos esperam.
Mundos espirituais, onde a Justiça não fenece..., onde o Amor continuamente floresce, e onde a Bondade perdura.

"Olhai os lírios do campo..."
"Buscai o Reino de Deus em primeiro lugar..." (Jesus Cristo)

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

E cada pessoa é um tal mistério infinito, inesgotável, insondável, que não é possível que nunca você possa dizer; eu a conheci, ou o conheci. No máximo você poderá dizer, fiz o possível, mas o mistério permanece um mistério. Na realidade quanto mais você conhece, mais misterioso o outro se torna. Então o amor é uma constante aventura.

Osho



segunda-feira, 6 de outubro de 2008

domingo, 28 de setembro de 2008

Mutantes

Esse texto foi enviado pela Yuki.

"Somos as únicas criaturas na face da terra capazes de mudar nossa biologia pelo que pensamos e sentimos!"

Nossas células estão constantemente bisbilhotando nossos pensamentos e sendo modificados por eles. Um surto de depressão pode arrasar seu sistema imunológico; apaixonar-se, ao contrário, pode fortificá-lo tremendamente. A alegria e a realização nos mantém saudáveis e prolongam a vida. A recordação de uma situação estressante, que não passa de um fio de pensamento, libera o mesmo fluxo de hormônios destrutivos que o estresse. A alegria e a realização nos mantém saudáveis e prolongam a vida. Quem está deprimido por causa da perda de um emprego projeta tristeza por toda parte no corpo - a produção de neurotransmissores por parte do cérebro reduz-se, o nível de hormônios baixa, o ciclo de sono é interrompido, os receptores neuropeptídicos na superfície externa das células da pele tornam-se distorcidos, as plaquetas sanguíneas ficam mais viscosas e mais propensas a formar grumos e até suas lágrimas contêm traços químicos diferentes das lágrimas de alegria. Todo este perfil bioquímico será drasticamente alterado quando a pessoa encontra uma nova posição. Isto reforça a grande necessidade de usar nossa consciência para criar os corpos que realmente desejamos. A ansiedade por causa de um exame acaba passando, assim como a depressão por causa de um emprego perdido. O processo de envelhecimento, contudo, tem que ser combatido a cada dia. Shakespeare não estava sendo metafórico quando Próspero disse: "Nós somos feitos da mesma matéria dos sonhos". Você quer saber como esta seu corpo hoje? Lembre-se do que pensou ontem. Quer saber como estará seu corpo amanhã? Olhe seus pensamentos hoje!

Texto do livro: Saúde Perfeita
Autor: Deepak Chopra



segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Ofensas e Ofensores (do livro "Alma e Coração" de Francisco Cândido Xavier)


Esse texto foi enviado pelo Marcelo.

Tão logo apareçam diante de nós quaisquer problemas de injúria, prejuízo, discórdia, ou incompreensão, é imperioso observar quão importante para o espírito é o estudo das próprias reações, a fim de que a mágoa não entre em condomínio com as forças que nos habitam a mente. Ressentir-nos é cortar os tecidos da própria alma ou acomodar-nos com veneno que nos atiram, acalentando o sofrimento desnecessário ou atraindo a presença da morte. Isso porque, à face lógica, todas as desvantagens no capítulo das ofensas pesam naqueles que tomam a iniciativa do mal. O ofensor pode ser a criatura que está sob lastimáveis processos obsessivos, que carrega enfermidades ocultas, que age ao impulso de tremendos enganos, que atravessa a nuvem do chamado momento infeliz; e quando assim não seja, é alguém que traz a visão espiritual enevoada pela poeira da ignorância, o que no mundo, é uma infelicidade como qualquer outra. Cabem, ainda, ao ofensor os pesadelos do arrependimento, o desgosto íntimo, o anseio de reequilíbrio e frustração agravada pela certeza de haver lesado espiritualmente a si próprio. Aos corações ofendidos restam unicamente um perigo – o perigo do ressentimento, que, aliás, não tem a menor significação quando trazemos a consciência pacificada no dever cumprido. Entendendo isso, nunca responda ao mal com o mal. Considera que os ofensores são, quase sempre, companheiros obsessos ou desorientados, enfermos ou francamente infelizes a quem não podemos atribuir responsabilidades maiores pelas condições difíceis em que se encontram. Recomendou-se Jesus: “amai os vossos inimigos”. A nosso ver, semelhante instrução, além de impelir-nos a virtude da tolerância, faz-nos sentir que os ofendidos devem acautela-se, usando a armadura do amor e da paciência, a fim de que não sofram os golpes do ressentimento, de vez que os ofensores já carregam consigo o fogo do remorso e o fel da reprovação.


segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Experiências


Fiquei por algum tempo centrada no meu interior. Percebendo o que vinha, o que saia, o que acontecia comigo. A princípio era um calor com frio, com confusão de pensamentos... Como se eu tivesse decidido pensar tudo no mesmo segundo. A respiração foi ficando mais forte, o coração bateu mais rápido, o choro apareceu... As músicas me emocionavam de uma forma feliz, e algumas me assustavam e me deixavam triste. Mostrava minhas fraquezas, minhas angústias. Via todas essas coisas juntas, como numa planília, tudo na minha frente... Vontade de sair daquele esconderijo, mas já não existia aquela força de mudança, era melhor ficar lá, concentrada e sem que ninguém visse...

Até que senti uma presença. Era de alguém que eu sentia falta, que eu amava, mas por algo da vida não viria mais... Foi aquela presença tão notável que mudou minha visão para o outro dia, e para todos os outros, assim que acordei. "Calma Valérinha, você está em volta de pessoas que realmente amam você, pode ficar tranquila. E eu que estou vendo tudo aqui de cima só estou rindo dessas suas crises de sofrer por coisas sem motivos, não tem porque. Dê atenção para aquelas coisas que realmente precisam, mas sofrer... sofrer não. E esse Marcel... ah o Marcel, eu gosto dele, ele vai cuidar de você com o meu amor que eu cuidei quando estava ai. Então fique ai, não mude nada, você está fazendo tudo certo."

Ter visto que realmente as minhas angústias as vezes são só um apelo do meu corpo em despejar lágrimas me fez ter a visão de que a vida é levinha, é gostosa e só tenho que tirar proveitos bons de tudo. Perder meu tempo chorando, armagurando minha vida... não isso eu não quero pra mim. Quero apenas crescer como um ser espiritualizado que pode alcançar bens maiores, e enfim poder sentir a verdadeira luz que vem lá de cima. Essa que eu sinto quando ele olha pra mim...

Vi minhas falhas, minha falta de garra para ir atrás até o fim de qualquer coisa, minha falta de coragem para falar e desabafar, de não me sentir apta a receber coisas e a merecer outras...

"Não Valéria. Não é assim. Você recebeu o dom da vida e todas as coisas que você tem a sua volta é porque realmente merece e irá crescer com tudo isso. Agora, faça o que tenha vontade, vá realmente em busca de todo sonho teu, faça com que os teus sonhos virem caminhos de vida para realização dos mesmos, se comunique com o seu Eu e o questione sempre, porque você quando o ouviu percebeu que ele estava realmente falando a verdade. Você só precisa acreditar em você e no potencial que tem."

A sinceridade das conversas e das sensações me fazem ver a realidade que existe em minha volta e o quanto de benefício isso tudo trás pra mim. Posso ter passado mal um pouquinho, mas é porque o corpo físico da Valéria ainda não aguenta tais sensações de nível energético grande, mas o bem que me fez é indescritível. Pensei em tudo o que existe em minha volta. Amigos, casa, mãe e pai, Marcel... E dentre essas tem algumas coisas que preciso modificar porque não existe ligação alguma, e outras que só preciso manter e cultivar o amor já existente...

"Então mestre, hoje eu senti isso. Senti o quão maior eu posso ser, e o bem que posso trazer para mim mesma e para os outros. Posso só sentir, posso só falar, posso só ficar quieta... Independente de qualquer poder que eu tenha me sinto feliz de estar e poder aqui continuar, e ter esse amor tão inquebrável dentro de mim. E algo que gostaria de falar é que todos presentes aqui só me fazem ter certeza que o amor não é uma ilusão... tem alguns aqui que eu nem conheço direito mas já considero, porque os sinto aqui da forma verdadeira que são e me fascino."

Tal crescimento não tem preço algum.

Quero realmente um dia não me abalar mais com alguns pontos chaves e poder um dia olhar tudo o que eu passei e sentir orgulho de ver isso num nível mais alto do que estou hoje.

"Eu nem imaginava que a vida fosse me trazer histórias que nem sonhava ouvir ou me atrevesse a contar. Eu nem imaginava que aparecesse tantos becos quase sem saída mostrando que na vida tem que se virar... Eu nem imaginava pelos caminhos que andei o espinho e o pranto aprendi do tanto que amei. E eu que imaginava que a vida fosse uma charada pensei que sabia tudo sem saber da estrada. Hoje sei que a vida é uma semente..."

Música: Quem planta colhe de Juraildes Da Cruz

Um Beijo!

Valéria.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Você tem que encontrar o que você ama


Pessoal, esse texto foi enviado pela Tathi. É longo, mas vale a pena!

Na íntegra o discurso de Steve Jobs, o criador da Apple, para os formandos de Stanford:

"Estou honrado de estar aqui, na formatura de uma das melhores universidades do mundo. Eu nunca me formei na universidade. Que a verdade seja seja dita, isso é o mais perto que eu já cheguei de uma cerimônia de formatura. Hoje, eu gostaria de contar a vocês três histórias da minha vida. E é isso. Nada demais. Apenas três histórias.


A primeira história é sobre ligar os pontos. Eu abandonei o Reed College depois de seis meses, mas fiquei enrolando por mais dezoito meses antes de realmente abandonar a escola. E por que eu a abandonei? Tudo começou antes de eu nascer. Minha mãe biológica era uma jovem universitária solteira que decidiu me dar para a adoção. Ela queria muito que eu fosse adotado por pessoas com curso superior. Tudo estava armado para que eu fosse adotado no nascimento por um advogado e sua esposa. Mas, quando eu apareci, eles decidiram que queriam mesmo uma menina. Então meus pais, que estavam em uma lista de espera, receberam uma ligação no meio da noite com uma pergunta: "Apareceu um garoto. Vocês o querem?" Eles disseram: "É claro." Minha mãe biológica descobriu mais tarde que a minha mãe nunca tinha se formado na faculdade e que o meu pai nunca tinha completado o ensino médio. Ela se recusou a assinar os papéis da adoção. Ela só aceitou meses mais tarde quando os meus pais prometeram que algum dia eu iria para a faculdade. E, 17 anos mais tarde, eu fui para a faculdade. Mas, inocentemente escolhi uma faculdade que era quase tão cara quanto Stanford. E todas as economias dos meus pais, que eram da classe trabalhadora, estavam sendo usados para pagar as mensalidades. Depois de 6 meses, eu não podia ver valor naquilo. Eu não tinha idéia do que queria fazer na minha vida e menos idéia ainda de como a universidade poderia me ajudar naquela escolha. E lá estava eu gastando todo o dinheiro que meus pais tinham juntado durante toda a vida. E então decidi largar e acreditar que tudo ficaria OK. Foi muito assustador naquela época, mas olhando para trás foi uma das melhores decisões que já fiz. No minuto em que larguei, eu pude parar de assistir às matérias obrigatórias que não me interessavam e comecei a frequentar aquelas que pareciam interessantes. Não foi tudo assim romântico. Eu não tinha um quarto no dormitório e por isso eu dormia no chão do quarto de amigos. Eu recolhia garrafas de Coca-Cola para ganhar 5 centavos, com os quais eu comprava comida. Eu andava 11 quilômetros pela cidade todo domingo à noite para ter uma boa refeição no templo hare-krishna. Eu amava aquilo. Muito do que descobri naquele época, guiado pela minha curiosidade e intuição, mostrou-se mais tarde ser de uma importância sem preço. Vou dar um exemplo: o Reed College oferecia naquela época a melhor formação de caligrafia do país. Em todo o campus, cada poster e cada etiqueta de gaveta eram escritas com uma bela letra de mão. Como eu tinha largado o curso e não precisava frequentar as aulas normais, decidi assistir as aulas de caligrafia. Aprendi sobre fontes com serifa e sem serifa, sobre variar a quantidade de espaço entre diferentes combinações de letras, sobre o que torna uma tipografia boa. Aquilo era bonito, histórico e artisticamente sutil de uma maneira que a ciência não pode entender. E eu achei aquilo tudo fascinante. Nada daquilo tinha qualquer aplicação prática para a minha vida. Mas 10 anos mais tarde, quando estávamos criando o primeiro computador Macintosh, tudo voltou. E nós colocamos tudo aquilo no Mac. Foi o primeiro computador com tipografia bonita. Se eu nunca tivesse deixado aquele curso na faculdade, o Mac nunca teria tido as fontes múltiplas ou proporcionalmente espaçadas. E considerando que o Windows simplesmente copiou o Mac, é bem provável que nenhum computador as tivesse. Se eu nunca tivesse largado o curso, nunca teria frequentado essas aulas de caligrafia e os computadores poderiam não ter a maravilhosa caligrafia que eles têm. É claro que era impossível conectar esses fatos olhando para a frente quando eu estava na faculdade. Mas aquilo ficou muito, muito claro olhando para trás 10 anos depois. De novo, você não consegue conectar os fatos olhando para frente. Você só os conecta quando olha para trás. Então tem que acreditar que, de alguma forma, eles vão se conectar no futuro. Você tem que acreditar em alguma coisa - sua garra, destino, vida, karma ou o que quer que seja. Essa maneira de encarar a vida nunca me decepcionou e tem feito toda a diferença para mim.


Minha segunda história é sobre amor e perda. Eu tive sorte porque descobri bem cedo o que queria fazer na minha vida. Woz e eu começamos a Apple na garagem dos meus pais quando eu tinha 20 anos. Trabalhamos duro e, em 10 anos, a Apple se transformou em uma empresa de 2 bilhões de dólares e mais de 4 mil empregados. Um ano antes, tínhamos acabado de lançar nossa maior criação - o Macintosh - e eu tinha 30 anos. E aí fui demitido. Como é possível ser demitido da empresa que você criou? Bem, quando a Apple cresceu, contratamos alguém para dirigir a companhia. No primeiro ano, tudo deu certo, mas com o tempo nossas visões de futuro começaram a divergir. Quando isso aconteceu, o conselho de diretores ficou do lado dele. O que tinha sido o foco de toda a minha vida adulta tinha ido embora e isso foi devastador. Fiquei sem saber o que fazer por alguns meses. Senti que tinha decepcionado a geração anterior de empreendedores. Que tinha deixado cair o bastão no momento em que ele estava sendo passado para mim. Eu encontrei David Peckard e Bob Noyce e tentei me desculpar por ter estragado tudo daquela maneira. Foi um fracasso público e eu até mesmo pensei em deixar o Vale [do Silício]. Mas, lentamente, eu comecei a me dar conta de que eu ainda amava o que fazia. Foi quando decidi começar de novo. Não enxerguei isso na época, mas ser demitido da Apple foi a melhor coisa que podia ter acontecido para mim. O peso de ser bem sucedido foi substituído pela leveza de ser de novo um iniciante, com menos certezas sobre tudo. Isso me deu liberdade para começar um dos períodos mais criativos da minha vida. Durante os cinco anos seguintes, criei uma companhia chamada NeXT, outra companhia chamada Pixar e me apaixonei por uma mulher maravilhosa que se tornou minha esposa. Pixar fez o primeiro filme animado por computador, Toy Story, e é o estúdio de animação mais bem sucedido do mundo. Em uma inacreditável guinada de eventos, a Apple comprou a NeXT, eu voltei para a empresa e a tecnologia que desenvolvemos nela está no coração do atual renascimento da Apple. E Lorene e eu temos uma família maravilhosa. Tenho certeza de que nada disso teria acontecido se eu não tivesse sido demitido da Apple. Foi um remédio horrível, mas eu entendo que o paciente precisava. Às vezes, a vida bate com um tijolo na sua cabeça. Não perca a fé. Estou convencido de que a única coisa que me permitiu seguir adiante foi o meu amor pelo que fazia. Você tem que descobrir o que você ama. Isso é verdadeiro tanto para o seu trabalho quanto para com as pessoas que você ama. Seu trabalho vai preencher uma parte grande da sua vida, e a única maneira de ficar realmente satisfeito é fazer o que você acredita ser um ótimo trabalho. E a única maneira de fazer um excelente trabalho é amar o que você faz. Se você ainda não encontrou o que é, continue procurando. Não sossegue. Assim como todos os assuntos do coração, você saberá quando encontrar. E, como em qualquer grande relacionamento, só fica melhor e melhor à medida que os anos passam. Então continue procurando até você achar. Não sossegue.


Minha terceira história é sobre morte. Quando eu tinha 17 anos, li uma frase que era algo assim: "Se você viver cada dia como se fosse o último, um dia ele realmente será o último". Aquilo me impressionou, e desde então, nos últimos 33 anos, eu olho para mim mesmo no espelho toda manhã e pergunto: "Se hoje fosse o meu último dia, eu gostaria de fazer o que farei hoje?" E se a resposta é "não" por muitos dias seguidos, sei que preciso mudar alguma coisa. Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a tomar grandes decisões. Porque quase tudo - expectativas externas, orgulho, medo de passar vergonha ou falhar - caem diante da morte, deixando apenas o que é apenas importante. Não há razão para não seguir o seu coração. Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir seu coração. Há um ano, eu fui diagnosticado com câncer. Era 7h30 da manhã e eu tinha uma imagem que mostrava claramente um tumor no pâncreas. Eu nem sabia o que era um pâncreas. Os médicos me disseram que aquilo era certamente um tipo de câncer incurável, e que eu não deveria esperar viver mais de 3 a 6 semanas. Meu médico me aconselhou a ir para casa e arrumar minhas coisas - que é o código dos médicos para "preparar para morrer". Significa tentar dizer às suas crianças em alguns meses tudo aquilo que você pensou ter os próximos 10 anos para dizer. Significa dizer seu adeus. Eu vivi com aquele diagnóstico o dia inteiro. Depois, à tarde, eu fiz uma biópsia, em que eles enfiaram um endoscópio pela minha garganta abaixo, através do meu estômago e pelos intestinos. Colocaram uma agulha no meu pâncreas e tiraram algumas células do tumor. Eu estava sedado, mas minha mulher, que estava lá, contou que quando os médicos viram as células em um microscópio, começaram a chorar. Era uma forma muito rara de câncer pancreático que podia ser curada com cirurgia. Eu operei e estou bem. Isso foi o mais perto que eu estive de encarar a morte e eu espero que seja o mais perto que vou ficar pelas próximas décadas. Tendo passado por isso, posso agora dizer a vocês, com um pouco mais de certeza do que quando a morte era um conceito apenas abstrato: ninguém quer morrer. Até mesmo as pessoas que querem ir para o céu não querem morrer para chegar lá. Ainda assim, a morte é o destino que todos nós compartilhamos. Ninguém nunca conseguiu escapar. E assim é como deve ser, porque a morte é muito provavelmente a principal invenção da vida. É o agente de mudança da vida. Ela limpa o velho para abrir caminho para o novo. Nesse momento, o novo é você. Mas algum dia, não muito distante, você gradualmente se tornará um velho e será varrido. Desculpa ser tão dramático, mas isso é a verdade. O seu tempo é limitado, então não o gaste vivendo a vida de um outro alguém. Não fique preso pelos dogmas, que é viver com os resultados da vida de outras pessoas. Não deixe que o barulho da opinião dos outros cale a sua própria voz interior. E o mais importante: tenha coragem de seguir o seu próprio coração e a sua intuição. Eles de alguma maneira já sabem o que você realmente quer se tornar. Todo o resto é secundário. Quando eu era pequeno, uma das bíblias da minha geração era o Whole Earth Catalog. Foi criado por um sujeito chamado Stewart Brand em Menlo Park, não muito longe daqui. Ele o trouxe à vida com seu toque poético. Isso foi no final dos anos 60, antes dos computadores e dos programas de paginação. Então tudo era feito com máquinas de escrever, tesouras e câmeras Polaroid. Era como o Google em forma de livro, 35 anos antes do Google aparecer. Era idealista e cheio de boas ferramentas e noções. Stewart e sua equipe publicaram várias edições de The Whole Earth Catalog e, quando ele já tinha cumprido sua missão, eles lançaram uma edição final. Isso foi em meados de 70 e eu tinha a idade de vocês. Na contracapa havia uma fotografia de uma estrada de interior ensolarada, daquele tipo onde você poderia se achar pedindo carona se fosse aventureiro. Abaixo, estavam as palavras: "Continue com fome, continue bobo". Foi a mensagem de despedida deles. Continue com fome. Continue bobo. E eu sempre desejei isso para mim mesmo. E agora, quando vocês se formam e começam de novo, eu desejo isso para vocês. Continuem com fome. Continuem bobos. Obrigado.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Parênteses




texto inspirado em sessão do vegetal (30/08/08-Guaruja).

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Metade



Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio
que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos e a boca
porque metade de mim é o que eu grito
mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
seja linda ainda que tristeza
que a mulher que amo seja pra sempre amada
mesmo que distante
porque metade de mim é partida
mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que falo
não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
apenas respeitadas como a única coisa
que resta a um homem inundado de sentimentos
porque metade de mim é o que ouço
mas a outra metade é o que calo.
E essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e paz que mereço
e que a tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada
porque metade de mim é o que penso
mas a outra metade um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
e o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
que o espelho reflita meu rosto num doce sorriso
que me lembro ter dado na infância
porque metade de mim é a lembrança do que fui
a outra metade não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
pra me fazer aquietar o espírito
e que o seu silêncio me fale cada vez mais
porque metade de mim é abrigo
mas a outra metade é cansaço.
Que a arte me aponte uma resposta
mesmo que ela mesma não saiba
e que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
porque metade de mim é platéia
e a outra metade é canção.
Que a minha loucura seja perdoada
porque metade de mim é amor
e a outra metade também.

Oswaldo Montenegro

sábado, 23 de agosto de 2008

uma conversa com minha sombra...



Quando estou aqui pensando tudo passa na minha pequena cabeça.
Quantas coisas a fazer, quantas coisas a deixar de fazer; vontades, desejos, realizações.
Para que serve tudo isso? Se quando as realizo (aquelas que são possíveis) a satisfação é uma coisa tão frágil que costuma se quebrar ao primeiro perder do olhar.
É para isso que servem os sonhos? Para correr atrás deles, realizá-los e depois aguardar o vazio, a sensação de voltar ao início sempre? Só mudam as caras.
Mas o mundo aí fora segue assim: a multidão faz isso, vende isso, compra isso, assiste isso. Será que existe alguma verdade nisso? Será?
Eu faço parte da multidão, então tenho que seguí-la, mesmo me achando deslocado dela.
O caminho solitário é mesmo sozinho?
Se a vida quer que eu a siga assim, por que ela me permitiu encontrar uma lacuna em tudo isso? Por que, hein? Por quê?
Aceitar seria o caminho; pelo menos é assim que dizem os mestres.
Mas aceitar o quê? Aceitar o filho da puta que não aceita o meu direito de ser do jeito que sou?
Como seria bom se cada um tomasse conta da sua própria vida! Talvez seja isso o paraíso, hahahahaha.
É, às vezes o caminho da espiritualidade deveria ser mais concreto do que efêmero.
Com Alberto Caeiro aprendo que a diferença está na natureza e não nas cousas. Com meu amigo Quintana, a saída é amar o cotidiano. Já com Clarice, não tem jeito, a coisa é triste mesmo, mas com muita poesia.
Ah, é isso aí. Precisa de um pouco de poesia para sentir verdadeiramente essa vida.
Às vezes me pergunto: Será que o melhor é viver a vida sem razão nenhuma e seguir com sentimentos descontrolados, se enfiando até o talo em tudo que aparece, mas pagar o preço, às vezes caro de sangrar, se machucar grave, mas pelo menos estar íntegro, nem que seja em uma experiência de merda? - E olha que já vi muitas pessoas fazendo isso. Quantos artistas! Será que isso os deixa mais artistas do que os outros? Será?
A outra opção seria assistir a tudo isso, como uma imagem estática, neutra, deixando as coisas apenas passarem, sem intrometer, sem interromper. O tal “observar”.
Mas com o preço que às vezes... pode dar aquela sensação de não estar vivenciando nada, sabe?
Parece que o ser humano está muito acostumado com a movimentação, com o opinar, com o julgar, com se enfiar, etc, etc, etc. E o não movimento parece ser uma coisa de outro mundo.
Não me venha com a tal historinha do caminho do meio, que eu vou mandar você tomar no cú. Pois, quando o calo aperta, a única coisa que passa na mente é fechar os punhos e dar um belo soco naquele cara chamado Deus, ou na primeira pessoa que te olhar torto, pois esse é a semelhança daquele. E o primeiro, é difícil de encontrar.
Quantas historinhas, quantas! Você poderia parar de me contar histórias, por favor?! Que eu não agüento mais! Já basta eu e a minha cabeça!
Você está certo em dizer que eu só trouxe questionamentos, mas de qualquer forma, eu não tenho nenhuma resposta.
Para a minha imagem não ficar de um arrogante, vamos fazer um combinado? Tu ficas com a tua verdade e eu com a minha. Assim quem sabe não salvamos o mundo.
Mas quem foi mesmo o infeliz que enfiou na minha cabeça que o mundo está querendo ser salvo? Quem?


terça-feira, 19 de agosto de 2008

Pó de estrelas


Segue a letra de uma música que a Larissa traduziu e pediu para postar no blog. Ela disse: "Acho ela bem linda! (pra mim ela SIGNIFICA!) tomara que pra alguns também. "

"Todos os elementos de nosso corpo e do planeta,
estiveram nas entranhas de uma estrela.
Somos pó de estrelas"

Vale,
uma vida o que sol,
uma vida o que o sol vale.
Se aprende no berço
Se aprende na cama
Se aprende na porta de um hospital
Se aprende de súbito
Se aprende de pouco e às vezes no começo ao final
Toda glória é nada
Toda vida é sagrada
Uma estrelinha de nada,
na periferia de uma galáxia menor.
Uma entre tantos milhões
e um grão de pó, girando ao seu redor.
Não deixaremos impressões digitais,
somente pó estrelar.
Se aprende na escola,
se esquece na guerra
um filho te toca a ensinar.
Está no espelho,
Está nas trincheiras, parece que ninguém parece notar
toda vitória é nada.
Toda vida é sagrada.
Um enxame de moléculas,
postas de acordo
de forma privisional.
Um animal prodigioso,
com a delirante obsessão de querer perdurar.
Não deixaremos impressões digitais,
Somente pó estrelar.


"POLVO DE ESTRELLAS" - Jorge Drexler

domingo, 17 de agosto de 2008

Sucesso

Rir muito e com freqüência; ganhar o respeito de pessoas inteligentes e o afeto das crianças; merecer a consideração de críticos honestos e suportar a traição de falsos amigos; apreciar a beleza, encontrar o melhor nos outros; deixar o mundo um pouco melhor, seja por uma saudável criança, um canteiro de jardim ou uma redimida condição social; saber que ao menos uma vida respirou mais fácil porque você viveu. Isso é ter tido muito sucesso.

Ralph Waldo Emerson

imagem:http://www.flickr.com/photos/mairarolim/2431559063/

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

...




"O olho com que vejo Deus é o mesmo olho com que Deus me vê"


-Meister Eckhart

domingo, 10 de agosto de 2008

...



Deus e eu a sós no espaço...
Ninguêm mais à vista...
"E onde estão todas as pessoas, meu senhor", disse eu,
A terra sob nós e o céu acima e os mortos de minha lista?
"Foi um sonho", Deus sorriu e disse. "Um sonho que parecia ser real; não havia pessoas vivas ou mortas; não havia terra, e nem céu acima, havia apenas eu nem você".
"Por que não sinto medo?", Perguntei,
"Encontrando -o aqui neste momento?
Pois pequei, sei disso muito bem existe céu, e inferno também, e será este o dia do julgamento?" "Não, eram apenas sonhos", disse o grande Deus, "sonhos que não existem mais.
Não existe isso de medo e pecado;
Não existe você... Nunca houve você no passado.
Nada existe, senão eu".
Extraido do livro: A Física da Alma (Amit Goswami, pag. 161).

sexta-feira, 1 de agosto de 2008


'Cada um que passa em nossa vida passa sozinho, pois cada pessoa é única, e nenhuma substitui outra.

Cada um que passa em nossa vida passa sozinho, mas não vai só, nem nos deixa sós. Leva um pouco de nós mesmos, deixa um pouco de si mesmo.

Há os que levam muito; mas não há os que não levam nada.
Há os que deixam muito; mas não há os que não deixam nada.

Esta é a maior responsabilidade de nossa vida e a prova evidente que duas almas não se encontram ao acaso.'

(Antoine De Saint-Exupery)

terça-feira, 29 de julho de 2008

A tecnologia do abraço, por um matuto mineiro...

O matuto falava tão calmamente, que parecia medir,
analisar e meditar sobre cada palavra que dizia...

- É... das invenção dos homi,
a que mais tem sintido é o abraço.

O abraço num tem jeito di um só aproveitá!

Tudo quanto é gente, no abraço, participa uma beradinha...

Quandu ocê danado de sodade, o abraço de arguém ti alivia...

Quandu ocê cum muita reiva,
vem um, te abraça e ocê fica até sem graça de continuá cum reiva...

Si ocê feliz e abraça arguém, esse arguém pega um poquim da sua alegria...

Si arguém duente, quandu ocê abraça ele, ele começa a miorá,
i ocê miora junto tamém...

Muita gente importante e letradotentô dá um jeito de sabê purquê qui é qui o abraço tem tanta tequilonogia, mas ninguém inda discubriu...

Mas, iêu sei! Foi um ispirto bão de Deus qui mi contô...

Iêu contá procêis u qui foi quel mi falô:

O abraço é bão pur causa do Coração...

Quandu ocê abraça arguém, fais massarge no coração!...

I o coração do ôtro é massargiado tamém!

Mas num é só isso, não... Aqui a chave do maió segredo de tudo:

É qui, quandu nois abraça arguém, nóis fica cum dois coração no
peito!...


INTONCE... UM ABRAÇU PRÔ CÊ QUI É MEU(MINHA) AMIGU(A)
!!!!
(autor desconhecido)

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Luz e Sombra















A disrupção presente nos ser humano atual, que é causa maior de nossa infelicidade e insatisfação, tem cura.

Disrupção que eu digo é entre o seu lado bom e seu lado mau.
Como assim? Todos temos um lado bom e um lado mau certo?
Errado.
Todos temos dois lados maus, uma vez que são dois e conflitam entre si. O que você considera bom e mau em si mesmo não tem a menor importância real, uma vez que todas as características que analisar podem ser boas ou más, ou melhor adequadas ou inadequadas, dependendo do ponto de vista e objetivo em questão.

...
Mas a doença da Cisão interna que é o foco deste tópico ainda acontece apenas em casos mais graves. A carga de perfeição exigida é tão grande e tão incoerente com a realidade da pessoa, que ela não tem opção a não ser se tornar duas: Uma extremamente boa com todas as qualidades moralmente muito melhor do que qualquer pessoa. E em contrapartida, pra balancear, toda a outra parte não tão virtuosa aglutina-se (ou é empurrada pra baixo do tapete) numa personalidade doente, e o Ser da pessoa oscila entre essas duas realidades.
...

Leia o texto na íntegra aqui.
Adaptação resumida em mp3 aqui.
(Clique com o botão direito e escolha "Salvar como")

Psicologia da Evolução Possível ao Homem

Olá Queridos;

Leiam esse livro tão logo quanto puderem, de preferência até antes do próximo encontro.

Psicologia da Evolução Possível ao Homem - P. D. Ouspensky

Disponível aqui para download imediato.
(Clique com o botão direito e escolha "Salvar como")

É necessario um programa para ler arquivos PDF.
Caso não tenha, pegue aqui.

Abraços

Marcel

domingo, 20 de julho de 2008

Vô? Num Vô?




Existem duas abordagens para o auto-desenvolvimento e a conseqüente libertação gradual;
A primeira é a busca da perfeição através da Observação e Ação. Observar o funcionamento do mundo e de si mesmo, aprender suas leis e ganhar o poder de modificar o mundo e a si mesmo de acordo com sua vontade.

Como se dá?
Uma vez que somos seres manifestos, e existe em nós um Desejo implícito, não manifesto, a satisfação deste automaticamente nos libera. De duas uma, se o ímpeto do Desejo é uma realidade interna da alma, uma real necessidade do ser, a satisfação dele trás consigo a sensação de satisfação plena. Caso contrário, ou seja, se for apenas um Desejo da mente, um devaneio, sua realização trás consigo a sensação de vazio e inutilidade, em outras palavras, a sensação de que “não era aquilo”.

Em ambos os casos eles perdem a importância, a atratividade, e você se liberta dos desejos implícitos enquanto os manifesta. Se não os satisfaz; não tem o dinheiro que quer, as posses ou a fama e o poder que sonha (mesmo se inconscientemente), mantém-se preso nisso indefinidamente. Uma vez mais liberta do desejo, a alma fica cada vez mais livre para seguir seu caminho.

Agora não necessariamente é possível eliminar todos os desejos de uma vez só. Então passa a ser importante notar o funcionamento do desenvolvimento da alma, no sentido de obtenção de prazer e satisfação de desejos na terra.


A melhor condição pra o desenvolvimento das habilidades comuns da vida depende da capacidade da pessoa centrar-se, ou seja, do grau de libertação individual do ser. Então é um paradoxo porque se pra se libertar dos desejos você precisa satisfazê-los, e pra satisfazê-los precisa ser excelente nas coisas do mundo e pra ser excelente ao longo das encarnações sucessivas precisa da Presença de espírito, que é uma conseqüência da liberação dos desejos; então se entra num ciclo (ou melhor, numa espiral)...

Uma forma de romper esse ciclo (ampliar a espiral até que se torne uma reta) é aumentar a qualidade do seu “profissionalismo”, para assim aumentar a quantidade e qualidade de satisfação dos desejos. Só que como esse profissionalismo só se desenvolve pelo aumento da Presença, tem de haver uma forma de alimentar esse círculo pra que essas qualidades possam ser intensificadas.
E o combustível para isso é basicamente a Vontade.

Não poderia ser de outra maneira uma vez que se o Desejo fosse a força motriz dessa modificação, sempre existiria o Desejo de eliminar o Desejo e, portanto, o Desejo não poderia jamais ser transcendido e a plenitude continuaria inatingível.

Então nesse caminho do profissionalismo, a Vontade é fundamental; não aquela vontadezinha meia-boca como as promessas vazias de ano novo. Uma Vontade firme, decidida e prazeirosa, mais forte que qualquer distração, que trás consigo a sensação absoluta de se estar fazendo bem para si mesmo. Um ser que tem Vontade com o tempo e com certo grau de esforço vai conseguir mais que outro que não tem. E com menos tempo do que se supõe e mais tempo do que nossa preguiça gostaria, é possível que se desenvolva certo grau de habilidades e Presença num nível incomum... bem mais elevado que a média humana.


Nessa 1ª abordagem o cidadão se envolve o suficiente pra romper esses padrões de desejo e a cada desejo satisfeito e constatado como ilusão, mais forte fica a sensação que os outros desejos que restam são ilusão também, e menos o ser vai se identificar com eles.













Assim pode-se enfraquecer o Desejo Primordial...


domingo, 13 de julho de 2008

Descobrindo a vida por baixo da situação de vida

Aquilo a que nos referimos como “vida” deveria ser chamado, mais precisamente, de “situação de vida”. É o tempo psicológico, passado e futuro. Certas coisas do passado não seguiram o caminho que queríamos. Ainda resistimos ao que aconteceu no passado e agora estamos resistindo ao que é. A esperança nos leva a prosseguir, mas a esperança nos mantém focalizados no futuro, e esse foco contínuo perpetua a negação do AGORA e, portanto, a nossa infelicidade.

Esqueça a situação da sua vida por um instante e preste atenção à sua vida.
A nossa situação de vida existe no tempo.
Nossa vida é agora.
Nossa situação de vida é coisa da mente.
Nossa vida é real.
Encontre o “Portão Estreito que conduz à vida”.
Ele é chamado de AGORA.

Restrinja a sua vida a esse exato momento. Sua situação de vida pode estar cheia de problemas – a maioria das situações de vida está – mas verifique se você tem algum problema nesse exato momento. Não amanhã ou dentro de dez minutos, mas já. Você tem um problema agora?
...

Você tem preocupações? Tem muitos pensamentos do tipo “E se...”? Você está identificado com a mente, que está se projetando num futuro imaginário e criando o medo. Não há como enfrentar tal tipo de situação, por que ela não existe. Você pode parar com essa insanidade que corrói a saúde e a vida aceitando simplesmente o momento presente.

Perceba sua respiração. E sinta o ar entrando e saindo de seu corpo. Sinta seu campo interno de energia. Tudo o que você sempre teve de lidar, tudo o que teve de enfrentar na vida real, em oposição as projeções imaginárias da mente, é o momento presente. Pergunte-se qual é o seu “problema” neste exato momento, não no ano que vem ou amanhã ou daqui a cinco minutos.

Você pode sempre enfrentar o agora, mas não pode jamais enfrentar o futuro, nem tem de fazer isso. A resposta, a força, a atitude certa estarão a sua disposição quando você precisar, nem antes nem depois.
...

Quando estamos cheios de problemas, não há espaço para nada novo entrar, nenhum espaço para uma solução. Portanto, sempre que você puder, crie algum espaço para encontrar a vida sob a situação de vida.

Utilize os seus sentidos plenamente. Esteja onde você está. Olhe em volta. Apenas olhe, não interprete. Veja as luzes, as formas, as cores, as texturas. Esteja consciente da presença silenciosa de cada objeto. Esteja consciente do espaço que permite a cada coisa existir. Ouça os sons, não os julgue. Ouça o silêncio por trás dos sons. Toque alguma coisa, qualquer coisa. Sinta e reconheça o Ser dentro dela. Observe o ritmo da sua respiração. Sinta o ar fluindo para dentro e para fora. Sinta a energia vital dentro do seu corpo. Permita que as coisas aconteçam, no interior e no exterior. Deixe que todas as coisas “sejam”. Mova-se profundamente para dentro do agora.
...


Eckhart Tolle – O poder do Agora

Para uma vida feliz



Faça aquilo que quiser,
Mas faça.
E de preferência da melhor maneira.
Estude para ser "alguém",
e se você já é "alguém", estude para ganhar novos conhecimentos...
eles nunca são demais.
Beije várias pessoas.
Mas beije aquelas que tenha realmente prazer em beijar.
Ame sem receios de amar,
Ame sem lembrar das desilusões do passado...
Ame.
Dance sem olhar para os lados procurando olhares intimidadores...
Apenas dance,
e esqueça do mundo.
Sorria.
A pessoa que cultiva sorrisos acaba com qualquer fraqueza.
(Interna ou externa).
Sinta.
Sinta o vento, os olhares, as músicas preferidas, os abraços.
Se permita ter novos sonhos e a mudar velhos conceitos.
A vida está em movimento, e tende a fazer você se movimentar também.
(Isso não é errado! Mudar velhos conceitos não é falsidade, e sim amadurecimento interno!)
Crie harmonia entre você e a vida.
Faça dela um instrumento para o seu bem estar.
Escute a voz que diz dentro de você...
Ela realmente fala mais verdades.
Ame, Crie, Acredite, vá em frente...
Seja feliz com você, e tudo acabará sendo feliz junto de você! :)


Gentilmente cedido por Val

terça-feira, 8 de julho de 2008

Numa tarde fria

..." √ลℓéяiล diz:
passou muito frio hoje?
Marcel diz:
Putz....muuuuuuuuito
Marcel diz:
Mas passei mais solidão do que frio.
Marcel diz:
É muito foda, mas às vezes acho que estou construindo algo em mim mesmo suportando esse tipo de situação
Marcel diz:
sabe val, hoje passei o dia inteiro pensando numa coisa daquelas do gurdjieff e dos sufis
Marcel diz:
e lembrei de você também
√ลℓéяiล diz:
o que?
Marcel diz:
Eu tô começando a achar realmente que o "sofrimento" que a gente tem na vida não é ruim....
Marcel diz:
e aliás é a melhor coisa que podia nos acontecer
Marcel diz:
Apesar de ser difícil e triste, ele com certeza gera crescimento....as pessoas que não tem sofrimento e não passam por dificuldades ficam imaturas e insossas
Marcel diz:
E as que tem ficam mais brilhantes e vistosas, como um diamante lapidado
√ลℓéяiล diz:
Sim sim... mas ele não é ruim mesmo... Na hora que a gente sofre é péssimo... mas depois quando as coisas vão se acalmando, a gente vê que realmente foi bom.
Marcel diz:
Na linguagem do Gurjieff, o sofrimento desperta e força e a consciência e cria os corpos sutis que a gente usaria depois da morte....que eu acredito que eu você e várias outras pessoas já temos em razoável qualidade
Marcel diz:
As coisas vão ficando cada vez mais claras na minha mente e no meu coração a respeito desse funcionamento.....e isso é muito estranho, porque vai criando um buraco, abrindo um espaço entre eu e a minha morte....e em alguns momentos sinto ridícula a idéia de que às vezes mesmo que inconscientemente sinto medo da morte
Marcel diz:
Um eu bem bichinho, inconsciente, que morre de medo de tudo
Marcel diz:
Me dá a imagem de um gatinho assustado com uma folha grande balançando perto dele
Marcel diz:
Ao mesmo tempo bunitinho e ignorante...tadinho
Marcel diz:
Só que quando consigo enxergar as coisas assim me dá um prazer indescritível....porque se eu vejo o gatinho de fora.....é porque naquele momento eu num sô ele....
Marcel diz:
eu sou algo maior.....que foi criado pelo conflito, pelo atrito gerado nas dores que passei e pelo processamento dessa energia criando esse eu sólido e maior
Marcel diz:
Ai meu deus, eu devo estar ficando loko mesmo
Marcel diz:
Se eu falo um negócio desses pro marcelo ele me interna
Marcel diz:
=)
√ลℓéяiล diz:
hehehehe
√ลℓéяiล diz:
você não está louco
√ลℓéяiล diz:
só tá se vendo como é mesmo... tá vendo que você é algo maior do que parece.
√ลℓéяiล diz:
maior do que vc sente que as vezes não é...
Marcel diz:
Muito foda, porque eu num tenho referência mais do que é ser normal....minha concepção é que essa coisa de normal num existe.
Marcel diz:
Tenho medo de num ser essa pessoa na hora da morte, e de que quando não consigo ver as coisas dessa maneira eu tenha perdido para sempre essa capacidade
Marcel diz:
Trabalinho lascado esse, porque às vezes me sinto tão sozinho que chega a ser quase insuportável.
√ลℓéяiล diz:
humm vamos por partes.
Marcel diz:
É como se eu fosse um peixinho no chão seco....fora do habitat natural....
Que se colocou ali por pura vontade de aprender a respirar ar...
Marcel diz:
Num precisa se preocupar comigo não, eu tô bem...só gosto de me abrir com você.
√ลℓéяiล diz:
se você sentiu que é algo maior, é porque você verdairamente é... e não é porque você vai morrer um dia que isso vai deixar você no meio do caminho e você vai morrer sem ser o que você é. Tudo fica ai dentro de você, mesmo que vc não lembre ou esqueça. Você sentiu, sente... tá ai com você.
Se sentir sozinho é normal... mas não se pode deixar chegar ao ponto de ser insuportável.. isso não faz bem. Até uma hora que vc vai acostumar a ser sozinho, e ai você vai ver o que é insuportável, ter que recriar todos os vínculos e todas as coisas...
√ลℓéяiล diz:
Não consigo não me preocupar =)
Marcel diz:
Então...mas é um sozinho diferente, isso de ficar sem os vínculos com as pessoas é diferente,
Marcel diz:
Num existe a possibilidade de eu num me relacionar....mas é só que as relações num me fazem me sentir menos sozinho mais
√ลℓéяiล diz:
hummm que bom =)
Marcel diz:
Em qualquer momento quando estou com outras pessoas ou não, se eu parar pra reparar essa solidão me acompanha....
Marcel diz:
ela sempre esteve lá na forma de um incômodo, mas agora eu sei que é ela que me incomoda
√ลℓéяiล diz:
e você tem idéia do porque que ela incomoda?
Marcel diz:
e ao mesmo tempo (acho?) que me faz mais condensado.....como se fosse o fogo que forja a espada
Marcel diz:
Porque a espada num se sente exatamente confortavel quando é forjada.
Marcel diz:
Como quando estamos aprendendo algo difícil, quase que dói.....é parecido
√ลℓéяiล diz:
é que você ainda sente um baque de uma perda...
Marcel diz:
E até hoje sempre quis me iluminar pra me livrar desse sofrimento, desse incomodo....
Marcel diz:
que sempre existiu, mas de forma latente, atrapalhava minha vida, mas a minha ilusão diminuia a atenção que eu dava pra ele e me nutria com falsas esperanças
Marcel diz:
E ele doía menos....às custas de saber que minha vida estava de alguma maneira errada
Marcel diz:
E num conseguir enxergar onde estava a incoerência.....o que criava outro sofrimento de exatamente mesma intensidade e incomodo
Marcel diz:
Como é loko essas coisa né?
Marcel diz:
Tapa aqui tirando dali ....fica faltando ali
Marcel diz:
Comecei todas as minhas buscas por causa desse incômodo, e agora vejo que é ele que me move
Marcel diz:
e não sei como ele ficara no futuro, se passará ou não, mas tenho certeza que hoje ele é real, sei bem o que é, e sei que sua existencia é fundamental pra mim na minha vida hoje
Marcel diz:
e tudo que faço hoje é manifestação dele, de uma forma ou de outra. Mas agora pelo menos eu consigo manifestar na realidade essa dor e instabilidade que sempre esteva lá.
Marcel diz:
E sinto que de alguma maneira fazendo isso essa coisa cicatriza....e precisei criar um casamento, uma vida de anos, cuidada com carinho e amor, para perdê-la
√ลℓéяiล diz:
ter descoberto o que é já é algo otimo =)
Marcel diz:
e passar por isso de forma inevitável, inescapável
Marcel diz:
Todo o processo é maravilhoso na verdade.....só é muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito foda
Marcel diz:
Tem momentos que acho que vou enlouquecer....meu peito arde de falta de ressonância, falta de encontro
Marcel diz:
como se eu tivesse sido criado pra ser junto a tudo e estivesse sozinho, não cumprindo assim minha tarefa
Marcel diz:
Uma coisa muito maluca" ...

A Verdadeira natureza do espaço e do tempo

Pense agora no seguinte: se não existisse nada, só o silêncio, ele não teria nenhum significado, porque você nem ia saber o que era aquilo. Só quando o som apareceu é que o silêncio passou a ter um sentido. Da mesma forma, se só existisse o espaço, sem nenhum objeto, ele também nada significaria para você. Imagine-se como um ponto de consciência flutuando na imensidão do espaço, sem nenhuma estrela, nenhuma galáxia, somente o vazio. O espaço não teria imensidão, ele nem estaria ali. Não haveria velocidade, nem movimento de um ponto para outro. São necessários ao menos dois pontos de referência para que a distância e velocidade possam ter um significado. O espaço só passa a ter um significado no momento em que a unidade se transforma em dois, e em que, como “dois”, se transforma em “dez mil coisas”, que é como Lao-Tsé chama o Mundo manifesto. É assim que o espaço se amplia cada vez mais. Portanto, o mundo e o espaço surgem no mesmo momento.

Nada poderia SER sem que houvesse o espaço, ainda que o espaço não seja nada. Mesmo antes que o mundo existisse, antes do Big-Bang se você preferir, não existia nenhum espaço vazio esperando para ser preenchido. Não existia nenhum espaço, assim como não existia coisa alguma. Só existia o Não Manifesto, a unidade. Quando a unidade se transformou em “dez mil coisas”, o espaço, de repente, mostrou que estava ali, permitindo que as dez mil coisas existissem. De onde ele terá surgido? Será que Deus o criou para acomodar o mundo? Claro que não. O espaço é coisa nenhuma, portanto ele nunca foi criado.

Saia de casa em uma noite clara e olhe para o céu. As milhares de estrelas que podemos ver a olho nu não passam de uma fração infinitesimal do que existe lá por cima. Os telescópios mais potentes já conseguem identificar um milhão de galáxias, cada uma formando um “mundo isolado”, contendo, cada um, bilhões e bilhões de estrelas. Ainda assim, o que inspira mais respeito é o próprio espaço sem fim, a profundidade e a quietude que possibilitam que toda essa grandeza exista. Nada poderia inspirar mais respeito e grandiosidade do que a inconcebível imensidão e quietude do espaço, e, ainda assim, o que ele é? Um vazio, um imenso vazio.

Aquilo que se apresenta para nós como espaço, no nosso mundo percebido através da mente e dos sentidos, é a forma exteriorizada do próprio não manifesto. (...) E o grande milagre é que essa quietude e imensidão que permitem o universo ser, não estão apenas lá no espaço, estão também dentro de nós. Quando estamos inteira e totalmente presentes, nós o encontramos como o espaço interior e sereno da mente vazia.


Eckhart Tolle – O poder do Agora

Sobre Buda



Um discípulo pergunta ao Osho:









Buda disse a respeito da alma: “Era apenas uma bolha que já não existe mais. Eu não estou aqui, assim, para onde irei?”. Então, o que é isso que não morre nem nasce?

Existe um Mar sobre o qual as ondas vêm e vão, mas o mar permanece o mesmo. As ondas não estão separadas do mar, mas não são o mar. As ondas são formas nascidas do mar, são aparências que tomam forma e morrem. Uma onda que permanece onda para sempre não pode ter esse nome. A palavra onda significa que ela morre logo que nasce. Aquilo de onde a onda se ergue está sempre presente, mas o que se ergue não está. É uma dança do transitório no seio do eterno. O mar nunca nasce; a onda está nascendo. O mar nunca morre; a onda está sempre morrendo. No momento que a onda fica sabendo que é o mar, ultrapassa a cadeia de vida e morte. Mas enquanto acredita ser onda, está dentro da possibilidade de nascimento e morte.

O tempo não interfere nisso. Esta existência não está ao nosso alcance porque nossos sentidos só podem compreender a aparência e a forma. Nossos sentidos não podem compreender aquilo que está além do nome e da forma.

Portanto, quando Buda disse que nasceu como uma bolha, está se referindo aos dois aspectos de uma bolha. O que contém uma bolha? Se entrarmos numa bolha, descobriremos que uma quantidade muito pequena de ar, o mesmo ar infinitamente espalhado no exterior, está contido numa fina película de água. Essa película aprisionou uma pequena porção de ar, e essa pequena quantidade de ar tornou-se uma bolha.

Naturalmente, assim como tudo, a bolha também se expande. Expandindo-se, ela se rompe e estoura. Então o ar que estava dentro da bolha une-se ao ar de fora e a água une-se a água. Mas o que veio à existência nesse meio tempo foi um “Arco-íris existencial”. Nada mudou no ar ou na água; eles permaneceram os mesmos. Mas nesse meio tempo uma forma nasceu e morreu.


Fonte da imagem
http://www.gnosisonline.org/Magia_Cosmica/images/mandala_buda.jpg