domingo, 20 de julho de 2008

Vô? Num Vô?




Existem duas abordagens para o auto-desenvolvimento e a conseqüente libertação gradual;
A primeira é a busca da perfeição através da Observação e Ação. Observar o funcionamento do mundo e de si mesmo, aprender suas leis e ganhar o poder de modificar o mundo e a si mesmo de acordo com sua vontade.

Como se dá?
Uma vez que somos seres manifestos, e existe em nós um Desejo implícito, não manifesto, a satisfação deste automaticamente nos libera. De duas uma, se o ímpeto do Desejo é uma realidade interna da alma, uma real necessidade do ser, a satisfação dele trás consigo a sensação de satisfação plena. Caso contrário, ou seja, se for apenas um Desejo da mente, um devaneio, sua realização trás consigo a sensação de vazio e inutilidade, em outras palavras, a sensação de que “não era aquilo”.

Em ambos os casos eles perdem a importância, a atratividade, e você se liberta dos desejos implícitos enquanto os manifesta. Se não os satisfaz; não tem o dinheiro que quer, as posses ou a fama e o poder que sonha (mesmo se inconscientemente), mantém-se preso nisso indefinidamente. Uma vez mais liberta do desejo, a alma fica cada vez mais livre para seguir seu caminho.

Agora não necessariamente é possível eliminar todos os desejos de uma vez só. Então passa a ser importante notar o funcionamento do desenvolvimento da alma, no sentido de obtenção de prazer e satisfação de desejos na terra.


A melhor condição pra o desenvolvimento das habilidades comuns da vida depende da capacidade da pessoa centrar-se, ou seja, do grau de libertação individual do ser. Então é um paradoxo porque se pra se libertar dos desejos você precisa satisfazê-los, e pra satisfazê-los precisa ser excelente nas coisas do mundo e pra ser excelente ao longo das encarnações sucessivas precisa da Presença de espírito, que é uma conseqüência da liberação dos desejos; então se entra num ciclo (ou melhor, numa espiral)...

Uma forma de romper esse ciclo (ampliar a espiral até que se torne uma reta) é aumentar a qualidade do seu “profissionalismo”, para assim aumentar a quantidade e qualidade de satisfação dos desejos. Só que como esse profissionalismo só se desenvolve pelo aumento da Presença, tem de haver uma forma de alimentar esse círculo pra que essas qualidades possam ser intensificadas.
E o combustível para isso é basicamente a Vontade.

Não poderia ser de outra maneira uma vez que se o Desejo fosse a força motriz dessa modificação, sempre existiria o Desejo de eliminar o Desejo e, portanto, o Desejo não poderia jamais ser transcendido e a plenitude continuaria inatingível.

Então nesse caminho do profissionalismo, a Vontade é fundamental; não aquela vontadezinha meia-boca como as promessas vazias de ano novo. Uma Vontade firme, decidida e prazeirosa, mais forte que qualquer distração, que trás consigo a sensação absoluta de se estar fazendo bem para si mesmo. Um ser que tem Vontade com o tempo e com certo grau de esforço vai conseguir mais que outro que não tem. E com menos tempo do que se supõe e mais tempo do que nossa preguiça gostaria, é possível que se desenvolva certo grau de habilidades e Presença num nível incomum... bem mais elevado que a média humana.


Nessa 1ª abordagem o cidadão se envolve o suficiente pra romper esses padrões de desejo e a cada desejo satisfeito e constatado como ilusão, mais forte fica a sensação que os outros desejos que restam são ilusão também, e menos o ser vai se identificar com eles.













Assim pode-se enfraquecer o Desejo Primordial...


Um comentário:

Valéria disse...

Má, te ouvi enquanto lia esse texto.

Foi bom ler e ter nomes aos "bois", consegui identificar em mim os meus desejos e como realiza-los de uma forma sem tanto apego para que de algum jeito nada o estrague e que desenvolva em mim algo mais habilidoso, mais meu, e definitivamente só me trazendo coisas boas.

Um trabalhinho meio árduo, mas nada que a Vontade bem intencionada e dicidida não ajude.

Adorei.

Beijinhos.