quarta-feira, 24 de junho de 2009

Nas entrelinhas...



Oi queridos!

Segue uma conversinha minha para com a Tathi, e uma explicação aplicada do Marcel.
Espero que façam bom uso... :)
Obrigada, um beijo.

Valéria:
Eu quis voltar a ler o não temas o mal por um motivo simples... Estar me achando muito pequena e menos que as outras pessoas. Sem ter o dom da “palavra” clara... Não sei se você entende.

Mas acho que tá faltando um pouco de conhecimento e de tomada para si de mim mesma para ter mais confiança de falar com as pessoas, e de se tornar cada vez mais clara e lúcida.

Estava a um tempo sentindo isso, mas passei pelas fases de achar que era ilusão, ou que era apenas movimento de uma onda. Mas vi que era um choque adicional para eu realmente ir atrás de algo que pudesse me fortalecer. Lembrei do livro na hora. Não pensei no sofrimento que tive, ou que possa ter.... porque sinto que por ter condensado muita coisa dele, talvez agora a leitura e o trabalho fiquem mais fáceis... E também sinto que eu me iludo muito, por ser muito insegura acabo sofrendo por coisas que nem tenho, mas “acho” que tenho... (ainda não me vejo como sou mesmo...)

E agora eu estava aqui pensando nas máscaras e me vi diante da situação de que eu passo por cima de mim várias horas... Claro que tem um processo e que minha criança interna é birrenta, mas por me achar menos acabo fazendo as vezes coisas que eu não sinto que são boas, até comigo mesma e com as outras pessoas, sempre tento por panos quentes e não acho certo... (Tô falando assim e parece que é com tudo que eu faço mas é bem menos agora, do que antes mas tomei consciência).

E entrou uma dúvida, porque existe uma mascara que se usa para ter um fim bom, por exemplo: a gente entra numas de querer deixar as outras pessoas sempre melhores que nós, e permitimos algumas situações pra elas ficarem bem, sem pensar se a gente ficaria bem também... e no fim as pessoas ficam realmente bem e agente não... Mas isso de alguma maneira nos livra de uma culpa gigantesca né? (Não sei se fui muito clara...) Ai não consegui saber ao certo, como se livrar disso.

Estou me sentindo mais forte e querendo muito terminar o livro, e principalmente ir fazendo o trabalho.
Estou aqui fazendo um estudo dele e de mim para poder extrair tudo de bom que ele possa passar... Acho que estou sentindo o meu corpo da vontade agindo definitivamente.

E eu queria saber de você, se você já sentiu alguma melhora em você, se está sendo bom... E se agente pode voltar a trabalhar juntas nele, porque pra mim ia ser bem gostoso!

Obrigada linda, desculpa ter me estendido muito.
Um beijo.


Tathi:
Sim, vamos continuar juntas! Eu nao senti isto especificamente que vc está sentindo, mas já enxerguei tanta coisa ruim em mim ... mas sinto que algumas já mudaram ... outras ainda falta mais trabalho ... mas juntas vamos conseguir. Eu sinto que realmente este livro tem o poder de nos melhorar ... mas depende somente da gente!

Conversamos melhor depois :)
Bjsss
Tathi


Marcel:
Oi mocinhas!

Muito lindas vcs de quererem genuína e espontaneamente desenvolver e aprofundar o trabalho sobre si.
É disso que pessoas de fibra são feitas.

Com relação ao exemplo que deu Val, a matemática divina é diferente da matemática mundana. Se queremos fazer alguma coisa segundo as leis divinas (como por exemplo fazer o Trabalho para evoluir) temos que seguir o seu funcionamento e usar as suas leis, o pelo menos tê-las como guia para discernir se algo está no caminho certo ou não caso a gente não tenha clareza pra enxergar claramente.
A matemática mundana é “Se colocar aqui é porque tirou de lá”. Matemática divina é a lei de Matheus que é “Quanto mais se tira daqui, mais se têm” (e o mesmo vale pro oposto “Quanto mais se tenta tirar dos outros, menos eu tenho”).

Se você faz alguma coisa para alguém se sentir bem e acaba ficando mal com isso, você está usando a lei mundana e portanto não está produzindo nenhum bem real para ninguém; só uma satisfação momentânea ou um alívio momentâneo do sofrimento sem valor nenhum. As causas continuarão lá e esse fenômeno certamente irá se repetir como se o que vc fez não tivesse feito diferença nenhuma (por que vc não fez nada de fato em termos reais). Então quando se tem a sensação que se fez bem para alguém e mal para si mesmo na verdade não se fez nada para alguém (só uma movimentação instantânea sem sentido e sem utilidade real e benéfica) e fez mal para si mesmo.

Este é um truque muito utilizado pelas mentes inteligentes de pessoas sensíveis para manter a auto imagem de ser uma pessoa boa e ao mesmo tempo poder fazer mal para si mesma como de costume. Nutrir o vicio emocional de se botar pra baixo sob o falso pretexto de ser boazinha. Só pra poder lamentar depois “ai mas eu faço tudo certo e só comigo dá errado” destacando o sentido de ser especial pela lei do merecimento não se aplicar a pessoa. Sendo que ela mesma forjou a situação para não aplicar a lei direito pra depois dizer que ela não funciona. Em última instância, agir assim é mentir pra si mesma.

Uma vez identificado o processo não esquente de fazer nada a respeito para não cair em outro processo nocivo de auto-punição. As coisas na divindade funcionam de maneira bem diferente e sempre positivas e deliciosas e portanto a simples constatação profunda desse funcionamento e a aceitação com humildade desse lado escuro somado à vontade genuína de ser mais coerente já fazem o trabalho todo. Não é necessário nenhum esforço. E ao mesmo tempo é a coisa mais difícil do mundo.

Lembre-se de JAMAIS tentar se livrar de uma coisa ruim com outra. Senão acontece como o Gurdjief dizia; “Tentam se livrar da ação de uma lei e recaem sobre a ação de outra continuando escravos indefinidamente.”

Um beijo nos dois coraçõeszinhos lindos!
Ma


Foto: http://www.flickr.com/photos/25752151@N02/3382516509/

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