sábado, 20 de dezembro de 2008

A Catapulta de Estrelas (Parte I)


Certa vez um artesão carpinteiro, enquanto observava o céu salpicado de estrelas e ficava maravilhado com sua beleza, se sentiu inundado por uma sensação de plenitude e teve a inspiração para uma grande idéia: iria construir uma catapulta de estrelas. "Elas estão lá em cima hoje em dia, então foram parar lá de alguma maneira. Basta que eu descubra como foram parar lá e poderei colocar mais estrelas no céu para que fique ainda mais estrelado." pensou.

Pôs-se a descer o morro onde se encontrava observando o céu. Sua cidade ficava numa região montanhosa, cheia de altos montes e vales e as aldeias se espalhavam em varias altitudes desde a mais alta montanha até o vale com um riozinho.
Retornando para sua casa ele foi elaborando no caminho o modo de concretizar sua idéia e quais seriam os pré-requisitos necessários para vê-la colocada em prática.

"Do que são feitas as estrelas? Qual o material que as torna tão brilhantes? Devem ser feitas do mesmo material dos sorrisos das crianças afinal não há nada mais brilhante que o sorriso puro de uma criança." E contente por ter descoberto o material do qual se fazem as estrelas, foi entrando na oficina e subindo as escadas em direção ao banheiro para escovar os dentes antes de dormir. Deitou-se na cama ainda encantado pelo brilho e pela sensação desta noite estrelada e esqueceu aberta a janela do topo do chalé e adormeceu aconchegado em suas cobertas enquanto alguns flocos de neve e uma brisa suave e fria entravam quarto adentro.

Embalado em seu sonho pelo som do vento, ouvia no seu sono como que uma música que logo o fez ouvir uma voz que lhe falava em harmonia com a música. A voz era clara; ele se encontrava num campo aberto, com flores e luz do sol, e a voz lhe falava suave e firmemente ressoando às vezes em uníssono com os sinos de vento do teto do chalé:


"Saiba que é capaz de realizar sua idéia, pois tens a prática que o ofício de carpinteiro te deste de trabalhar a madeira e transformá-la em um mecanismo eficiente um material bruto. Mas a madeira é matéria morta, então essa habilidade é terciária.


Tens a força e a vontade necessária para empreender o trabalho, teus braços são fortes e seu estômago suportará a fome quando tiveres de trabalhar por dias seguidos sem alimento. E apesar da matéria do qual teu corpo é feito ser viva, ela não tem brilho, e por isso, tua força é uma capacidade secundária.


Mas existe em teu coração uma chama que te inspira e essa chama move teu corpo e direciona sua técnica, e é essa chama que provoca o brilho em teu sorriso. Essa chama é a matéria da qual são feitas as estrelas, e isso é o principal!"

Despertou suavemente no final da madrugada ainda antes do nascer do sol, e pôs-se a trabalhar...

(continua)

3 comentários:

Valéria disse...

Estou boquiaberta!!
Para tudo!!!!
Que coisa maravilhosa!!
Quero maisss!!

Mas acho que para descrever esse carpinteiro como na parte: "pois tens a prática que o ofício de carpinteiro te deste de trabalhar a madeira e transformá-la em um mecanismo eficiente um material bruto" e "Mas existe em teu coração uma chama que te inspira e essa chama move teu corpo e direciona sua técnica, e é essa chama que provoca o brilho em teu sorriso"

você estava com um espelhinho na sua frente né? Fala a verdade!

Seu lindo!
Cada vez mais apaixonida!

Beijo.

Algumas coisinhas da Jéssica disse...

Que delícia!!!!
Adorei a história!!!

Marcelo disse...

O PODER e o TRABALHO são INTERNOS.
Beijos